quarta-feira, 6 de julho de 2011

Mini Biografia em uma Auto Entrevista - Parte 2 !

 Continuando...

T.P.E.: Os assuntos que você escreve, apesar de diversificados, eles geralmente surgem como?
Maknim: Podem surgir do nada, ou de algo que eu repare ou perceba de coisas que acontecem, ou que não acontecem, eles surgem como uma ideia e vou desenvolvendo aquela ideia, inventando outros fatores para integrar o texto totalmente, fugindo um pouco da realidade pura, da realidade nua e crua, apesar de ter alguns textos que simplesmente eu escrevo, e do jeito que sai eu deixo, e alguns desses são os que mais gosto, porque acontecem de um jeito que eu nem imaginaria que eu pudesse fazer.

T.P.E.: Poderia nos dar um exemplo agora?
Maknim: Claro, por exemplo, tem um carro vermelho ali parado na esquina, e eu misturo outros fatores, como por exemplo o amor da minha vida que está nele, e ela me observa, e quando eu tento me aproximar, ela bate em retirada, e eu fico então, a partir desse dia, só esperando pra ver quando o carro vermelho vai voltar, na esperança que ela possa se arrepender e vir pra mim, pelo menos dar a chance de eu me apresentar e então deixar rolar - poxa, até eu gostei do exemplo, acho que depois vou desenvolver em cima disso (risos).

T.P.E.: Que ideia, surgir assim do nada, e são sempre ideis ligadas a esse tema, de falar de amor?
Maknim: A grande maioria fala de um amor, de uma paixão, ainda que seja bom, ou ruim, ou que marque, ou que não exista, ou que seja proveitosa, ou lamentada, sempre jogando um ar de dramaticidade nelas. Como disse, há críticas, "comédias" e de duplo sentido, mas a maioria eu viajo nas ideias do romance, penoso ou prazeroso.

T.P.E.: Vamos fazer um acordo então? Quando acabar a entrevista você posta aqui um texto sobre esse carro vermelho, pode ser?
Maknim: Não garanto nada, mas pode ser sim, falei que ia desenvolver em cima dele, agora isso virou desafio (risos).

T.P.E.: Embora tenha os que abrangem o tema amor/paixão, fale-nos um pouco dos que você escreve como crítica, duplo sentido ou "comédias", como você diz.
Maknim: Tudo começou com meu primeiro texto mesmo, que é bem dramático e não deixa às claras do tema que ele trata (drogas), mas na vertical você vê os nomes das drogas, então isso me deu a ideia de começar a escrever nesse sentido, de não deixar claro alguma coisa que estou falando. Quando critico alguma coisa, como por exemplo a pobreza, ou a polícia, ou o governo, procuro falar sobre a realidade que acontece, como é o caso da letra "Olhos Alheios", que falo e critico de um assalto que ocorreu perto de casa e quem estava perto não fez nada. Tenho também os textos para serem engraçados por abordar as coisas que acontecem que não nos demos conta, e apesar do fato parecer engraçado, é uma coisa real que as pessoas deveriam pensar um pouco sobre, claro, não é tão engraçado quanto gostaria que fosse, mas ainda sim tem uma graça se levada para o duplo sentido, como a letra "Te Quero Morácea", que está escrita de uma forma como se eu estivesse narrando a sedução de uma mulher, quando na verdade estou falando de "cerveja", pura e simplesmente, mas deixando esse duplo sentido no ar, até o nome mesmo, que Moráceas é um dos componentes da cevada, então isso distorce um pouco o real sentido do escrito, e procuro tentar fazer muito disso.

T.P.E.: O que você acha de seus próprios textos?
Maknim: Pra ser sincero (não espero de você... risos), brincadeira, mas na realidade eu não gosto muito deles, claro que há exceções que eu goste, há alguns que eu acho que são maravilhosos, na minha concepção, mas a grande maioria eu acabo não gostando. Eu tenho mais de 400 textos escritos, pelo menos uns 100 pra terminar que já "desenhei" a ideia, e mesmo assim, se eu falar que gosto de 10% deles, eu acho exagero, não chega nem a isso, e muitos deles que alguns amigos leem e gostam, eu realmente não acho muito bons, tanto é que para comentar sobre eles, como estou fazendo no blog Só Sonetando, eu não consigo explicar muito o porque da criação daquele texto. Em contraparte, tem uns que gostaria de explicar até mais do que eles realmente tem um sentido, que percebo depois, principalmente os de duplo sentido, que são poucos, mas que para mim acabam tendo um sentido a mais, ou dois, ou três (risos), como é o caso do Soneto "Duas Beldades", tentei escrever de um jeito que parecesse que eu estava falando de duas mulheres, mas o sentido mesmo era falando de um medicamento, o Benegripe, e quando coloquei lá no Só Sonetando, percebi que pode parecer também o uso de drogas em geral, como as balinhas das danceterias, uma sedução de duas lésbicas, ou mesmo uma dupla personalidade de alguém, que juntas me fazem formar uma opinião do que as duas personalidades me causam, e acho que poderia até citar mais se eu encontrar mais sentidos (risos).

T.P.E.: Você poderia citar alguns dos quais você gosta? E alguns do que você mais detesta, ou que não gosta tanto quanto os outros?
Maknim: Acho que os que eu citei são os que mais gosto, como "Deixe o Pango", "Te Quero Morácea", "Olhos Alheios", "Sem Fé, Sem Esperança", "Frente de Batalha", "Nossa Herança", que é a letra que veio da "Herança do Meu Avó", "O Mundo Há Muito Se Acabou", escrita em parceria com a Elaine, e os sonetos "Beijos Encarnados", "Dois de Mim", "Sem Espírito", "Randônicos Olhos", "Longa Estrada", "Fechadura", "Infinito Encontro", e mais recentemente "Vampiro Cristão". Agora falar dos que eu não gosto é difícil, eu colocaria todos os outros, boa parte no sentido de não gostar, e um pouco na categoria que são neutros, eu não gosto, mas também não disgosto.

T.P.E.: Porque você escreve mais sonetos do que textos em formato de poemas?
Maknim: Comecei a adquirir esse formato porque tento seguir um padrão de ideias que eu sei onde começa e onde acaba, um número contado de versos e estrofes, e neles percebi que não preciso seguir rima, métrica e ritmo, basta colocar no formato e deixar o texto como está, apenas contando com as 14 linhas, divididas, creio que virou costume por ser mais fácil de compreender pois tem menos versos, pois tem textos meus que tem muitos, e acabam se tornando consativos, principalmente quando não tem espaços ou parágrafos, e outra, a estética me agrada, então adotei o padrão, embora eu esteja criando um meu.

Continua...

High Five - o/
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